Primeiro discurso

Bento XVI evocou as comemorações do Centenário da República portuguesa no primeiro território que proferiu em território nacional, ainda no Aeroporto de Lisboa, sublinhando a importância da colaboração entre Igreja e Estado.

“A viragem republicana, operada há cem anos, abriu na distinção entre a Igreja e o Estado, um espaço novo de liberdade para a Igreja”, disse o Papa.

Bento XVI evocou as Concordatas de 1940 e 2004, afirmando que “a Igreja está aberta a colaborar com quem não marginaliza nem privatiza a essencial consideração do sentido humano da vida”.

“De uma visão sábia sobre a vida e sobre o mundo deriva o ordenamento justo da sociedade”, disse.

Sem aludir a nenhuma das recentes mudanças legislativas no nosso país que têm sido contestadas pela Igreja, o Papa destacou que na intervenção pública dos católicos “não se trata de um confronto ético entre um sistema laico e um sistema religioso”.

Em causa, observa, está “uma questão de sentido à qual se entrega à própria liberdade”.

Após agradecer o acolhimento recebido, Bento XVI revelou que “só agora me foi possível aceder aos amáveis convites do Senhor Presidente e dos meus irmãos Bispos para visitar esta amada e antiga Nação, que comemora no corrente ano um século da proclamação da República”, disse o Papa.